sexta-feira, 30 de julho de 2010

Desfile inspirado na Dança de Salão



As roupas valorizam o corpo e valorizam também a alma. O que você diz sobre você mesmo pode ser dito em silêncio por sua própria maneira de se vestir.

Vestir-se é como dizer o que sente. Que isso seja então, uma ousadia de sua parte. Que os homens se vistam como se fossem para o melhor dos bailes. Que as mulheres se vistam para aceitar essa dança. Que os dois, portanto, se vistam para dançarem juntos.

Quem dança se veste para dançar até nas calçadas, sem chamar atenção por extravagâncias. O andar de quem entende o próprio corpo, atrai olhares de todos os curiosos, sem que se entenda bem o porquê.

E que isso nunca se faça entender diretamente.

Se você dança, vista-se para confundir olhares. Vista-se para revelar a alma livre de quem sabe dar seus próprios passos. Mostre um pouco (só um pouco) da misteriosa sensação de conquistar o seu maior bem: a arte de ousar sem vulgarizar.

(Imagens do Desfile Rosa Chá, Sao Paulo Fashion Week 2010, por Alexandre Herchcovith)

Texto escrito por Viviane Malta

Fisiologia da Dança de Salão


Envolva seu parceiro

Existem na pele uma série de receptores nervosos. Eles captam estímulos do ambiente e os conduzem para o nosso sistema nervoso, onde serão detectados e respondidos. O toque de uma pessoa pode ativar nossa adrenalina. O nosso coração acelera, os músculos se contraem e nos preparamos para reagir. É verdade que esse hormônio é o conhecido responsável pelo mecanismo de “luta ou fuga”, mas acalme-se, agora não é preciso duelar, nem fugir, apenas usar essa adrenalina toda e preparar-se para dançar !

Olhos nos olhos

A dilatação das pupilas está ligada a ação da noradrenalina. Essehormônio trabalha quando há alterações na nossa pressão arterial. Isso significa que os olhos podem mostrar quando nosso coração bate mais rápido, certo? Por essa e por outras evidências é que dizem que os “olhos são a janela da alma”. Sustente o olhar de seu parceiro e vai ficar muito mais fácil entender seus movimentos na dança.

Dois pra lá, dois pra cá

Não é preciso olhar seus pés, ou seu corpo no espelho. Existem receptores que fornecem informações sobre a posição de nosso corpo. São esses proprioceptores que reconhecem a posição e orientação do corpo, a força exercida por cada músculo e a amplitude do movimento sem utilizar a visão, o que é fundamental para manter o equilíbrio postural. Sentir o movimento é mais importante do que analisá-lo.

Giro

Acompanhar o ritmo da música, exige mais de sua audição. É no ouvido que encontramos o aparelho vestibular trabalhando pelo seu equilíbrio geral. Qualquer alteração da posição da cabeça ou da direção de movimento, induz o envio de impulsos nervosos, sendo assim, toda aceleração e desaceleração é percebida. Garantir a utilização certa do espaço que seu corpo ocupa é muito importante durante a dança. Para isso é preciso apurar os ouvidos, pois eles ficam atentos não só ao ritmo, mas a sua posição e velocidade.

Um, dois, três, pausa

Todo o controle motor, a cognição, emoções e aprendizado são regidos pelos núcleos da base no cérebro. Um deles é responsável pela liberação de dopamina ( uma substância de recompensa pelo prazer ), e é esse mesmo núcleo que se ativa por conta dos aspectos agradáveis e estimulantes da música. Ouvir cada nuance da música nos enche de prazer. Do mesmo jeito, dançar seguindo cada pausa, cada ritmo, faz com que nosso corpo libere endorfina, garantindo o nosso bem-estar

Pose Final

Agora o silêncio para prestar atenção em cada sensação. Quando para de receber tantos estímulos através dos receptores nervosos, nosso corpo simplesmente deixa fluir cada resposta livremente. Todas as alterações criadas são percebidas, depois armazenadas em nossa memória ... então tudo volta ao normal, porém nada mais é como era antes.

Estudo realizado por Vivi Malta

O que é o Método Nataraja?


Já faz algum tempo, um bailarino real muito conhecido encantou pessoas ao improvisar movimentos em uma coreografia extremamente distinta.

Parecia vir diretamente de seu coração. Reuniam-se a sua volta todos aqueles que eram tocados pelo mistério, fluência e leveza dos movimentos. De tão bela e forte, começaram a pedir para que o bailarino ensinasse a arte.

Assim foi feito. Cada postura era espontânea, cada movimento era consciente, emocionando aos discípulos, incentivando a perpetuar os ensinamentos transmitidos.

O mestre nós conhecemos, chama-se Shiva. Ele deixou para a humanidade um legado eterno com sua dança, que por demonstrar tanta integridade, acabou por ser passada até hoje com o nome de “yoga”, significa “união” em sânscrito. Quando Shiva dança, é conhecido como Shiva Nataraja , o rei dos bailarinos.

O yoga e a dança complementam-se. O método Nataraja é o encontro da imobilidade em meio a sua mobilidade. É fazer silêncio por dentro para tocar música por fora.

Antes de propor o Método, eu gostaria de vivê-lo e, por isso, montei o blog. Para deixar as minhas experiências e tornar sólido o Método Nataraja. Acredito que todo bailarino precise de um pouco disso tudo. Por favor, sinta-se a vontade. Vamos juntos buscar a nossa própria melodia. Movimentos de maneira completa e consciente, corpo e mente conectados.


Namastê


A história de Shiva é inspirada no Livro TRATADO SOBRE A YOGA, do DeRose